Era uma bela e perfumada tarde de primavera para passear pela cidade, tomar um refresco e ler um livro. Eu estava precisando de um tempo sozinha para refletir e organizar meus pensamentos. Coloquei uma roupa mais fresca, e junto ao meu diário, resolvi ir dar uma volta. Após poucos minutos, cheguei a um vale. Estava encantada.
Haviam diversas cerejeiras, que juntas formavam um belo labirinto. A grama verde e bem aparada era um sinal de que o local estava sob cuidados especiais. Pétalas de flores-de-cerejeiras caíam das árvores, o que criava um clima agradável e com boas energias. Também haviam outras flores, de diversos tamanhos e cores, e um lago cristalino. Era, provavelmente, o lugar mais lindo que já vi em toda a vida.
O som do vento balançando as árvores junto ao dos peixes brincando na água, formavam uma doce e tranquilizante melodia. As andorinhas voavam por céu a fora, e transmitiam a leve impressão de que estavam disputando quem voa mais rápido. Sentei em um banco abaixo de uma cerejeira, e fiquei por ali observando a natureza ao meu redor. Como tudo era maravilhoso. Por alguns instantes, me imaginei sendo uma simples ave voando aos quatro ventos, como se nada e nem ninguém pudessem me tirar do chão. Me imaginei livre para poder andar pelas ruas, sem ter que me preocupar com o que as pessoas irão pensar sobre mim. Uma flor caíra sobre minhas mãos, e me tiraste de meus pensamentos. O tempo passou rápido, mas estava mais tranquila.
Avistei um senhor vendedor de doces. Me direcionei até o seu carrinho enfeitado, e comprei um algodão-rosa, mas então abri a porta da varanda, e me dei conta de que não havia vale, lago, cerejeiras, e algodão-doce nenhum. Por vezes, minha imaginação sempre foi mais encantadora que a realidade. O cheiro doce do algodão açucarado estava impregnado em meu vestido florido. Reconheceria esse aroma a quilômetros de distância.
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